Um pai na estrada da vida que nos leva, todos, à morte.
Um pai de ausência vivida que não leva à nada.
Um pai, procura-se. Acha-se, com sorte!
Pelos quatro cantos do mundo, nas telas do impessoal computador.
Com a imensa dor de um parto que partiu.
O coração que um dia viu.
O amor – nos tempos de cólera –
Cantado em boleros mil.
Procura-se um pai.
Entre as quatro paredes do meu quarto.
Quando durmo, quando sonho.
Com aquele retrato na estante.
Naquele instante, é só.
É o pai congelado, consagrado pelas bandas que o largam internet a dentro.
E nos tecnologizam.
E nos acostumam a navegar, por que é preciso.
Procura-se o avô do computador.
Que é sem nunca ter sido.
Virtual, como é sabido.
De contatos esporádicos e afetos imprecisos.
Vida, Vida, Vida!
Caminha com teus passos largos.
Não deixa que arrependimento, dor e saudade virem apenas vontade, virem apenas lamento!
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