Palavras à Milanesa

Palavras à Milanesa
Não! Este blog não é de gastronomia. Mas de palavras. À Milanesa. Palavras simples como este prato de arroz com feijão, bife e batata frita.

sábado, 24 de setembro de 2011

Forra!

Um balé de mãos comandado por um Dinho, saidinho.
Cem mil pessoas gritando a uma só voz "chove, chove", como um cacique cobra coral!
Enquanto isso, procuramos independência, já sem paciência, e acreditamos na distância entre nós.
Nós na garganta!
Dentro da veraneio vascaína rezamos à Fátima em busca de um país melhor.
Que país é esse? Que país é esse, José Sarney??

sábado, 17 de setembro de 2011

A casa da mãe que parte

A casa de uma mãe que parte sempre vai ser a casa da mamãe. Mesmo que uma imensa obra se abata pelos 4 cantos daquele apartamento. Mesmo que uma imensa dor insista em bater no peito. Dor de responsa, de respeito. Em cada recanto, em cada cômodo se conserva o perfume, a essência, a paciência da mãe que parte. Para os netos, a casa da mãe que parte sempre vai ser a casa da vovó. Ainda que eles cresçam, como é o que acontece.
A casa da mãe que parte e leva a melhor parte daquele apartamento, fica triste, mas resiste. Sabe que pra tudo tem jeito. É como se a casa falasse, como se restasse uma brisa amena naquele quarto que tanto respirou as palavras da mãe que parte. Mas é fato. A mãe parte, a casa fica, a vida continua. Daqui a pouco é verão, melhores dias virão.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ferramentas

Tenho fé. Tomo café. Fico de pé. Humildemente. Corro atrás. Corro na frente. Dou meu jeito. Encho o peito. De coragem. Antecipo. Participo. Sigo viagem. Penso. Venço!

Uma estrela eterna, infinita e bela

A casa do Pai tem muitas moradas. E a casa da Egle, sua humilde filha aqui na Terra, tinha muitos inquilinos. Egle era puro amor e doçura e transbordava estes sentimentos sempre com generosidade para os amigos que cultivou em vida. Eram amigos dos mais diversos, cada um com sua especificidade. E ela sabia falar a língua de cada um deles, respeitando credo, classe social, gênero e as diferentes opções pessoais que cada um faz em sua vida, de acordo com o livre arbítrio e o livre caminhar.

“Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar”, diria o Rei. Egle seguiu o verso à risca. Nos últimos três anos e meio, ela aumentou ainda mais a legião de amigos, alguns transformados em fãs da “dona Egle”. E bem mais forte cantou. Apesar da doença, não deixou que sua voz se calasse. Pelo contrário, sempre dava a volta por cima e se “escapava”, como ela dizia.

Afinal, ela não podia partir assim. Era uma referência, figura agregadora e conciliadora. Era na casa da vovó, na Visconde de Albuquerque, onde tudo acontecia. Os deliciosos natais onde a família sempre unida se reunia em volta da mesa para celebrar o grande evento não serão esquecidos. “Feliz Navidad”, do Jose Feliciano, era a trilha sonora, alguém ira se lembrar.

As filhas, certamente, vão se lembrar. São três, além da filha-sobrinha, filha muito mais do que sobrinha – já que tanto parecia com a Egle-mãe. Todas as quatro herdeiras de uma herança que o dinheiro não compra: amor com amor se paga. Os netos também hão de se lembrar daqueles natais. São oito netos com idades entre 19 e 3 anos. A Egle-avó fez sua estreia no papel em 1992 com o Rafudo e foi avó, com louvor, até 2007, com o nascimento da Totoca.

No intervalo dos 15 anos foi avó regularmente, sempre com prazer renovado e amor abundante. Foi uma avó diferente e especial para cada um dos netos, com chamegos, linguagem e códigos sob medida. Depois do Rafa, veio a Isa, a Isinha, como ela chamava. Em seguida, João Gabriel, o Johnny Boy, também como ela se referia a ele, e o Felipinho, filho da filha-sobrinha. A segunda geração dos netos trouxe, além da Totoca, o Thomasito, irmão do Felipe, a Clarinha, princesinha, e o poderoso Fran, o menininho da vovó. Aliás, uma característica da vovó era, em relação aos netos, usar o diminutivo. O que só fazia demonstrar o aumentativo carinho que ela nutria por cada um a cada dia.

Nos últimos três anos e meio, surgiu uma nova Egle que vai ficar pra sempre: a Egle-guerreira e corajosa, que nunca se abateu ou desistiu de lutar e sempre demonstrou amor à vida e nobreza de espírito. Seu comportamento e serenidade surpreenderam a todos! Como aquela mulher super vaidosa, considerada uma das mulheres mais bonitas do seu tempo, poderia suportar a decadência física que a doença imporia? Ela sabia que a situação era grave, mas pedia muito aos santos lá de cima e ao santo “Carlinhos” daqui de baixo que a deixassem “ficar mais um pouquinho”.

E era só um pouquinho mesmo. E os pequenos prazeres se transformavam em imensos: o cineminha, o teatro, o almoço com as amigas no Vila 90, os passeios no Shopping da Gávea com as filhas, com a Clarinha, o Fran, a Toca e a irmã, Giselda. Ah, como era bom! As visitas à Mariah, em sua loja no Leblon, ela que era amiga querida dos tempos da Venâncio. Lá, da janela da Venâncio, a Egle ficava observando as meninas a brincar na areia da praia. Quando dava o horário, com um aceno, apenas, chamava as gurias pro almoço. Eram outros tempos, doces tempos. Tempos também em que o José – futuramente o vovô Zezé – levava as meninas pra jogar tênis, as ensinava a dirigir e, entre a labuta como engenheiro ou perito criminal, candidamente se candidatava a cargos políticos.

Mas era muito claro que a Egle tinha um protetor mais do que especial, um anjo da guarda sempre atento, além do médico mais especial que poderia existir, que falava pra ela: “Daqui a pouco você vai fazer outro programa”... Ela nunca se revoltou, nunca reclamou de nada e acreditou, até o último instante, que a Dona Morte a deixaria para o fim da fila e realmente se esqueceria dela.

A mensagem que ela deixava diariamente, sempre vivendo um dia após o outro, era: “Aproveitem a vida, ela é curta! Aproveitem as coisas simples, valorizem o dia a dia, isto é o que nos alimenta e nos faz continuar”. Sempre falava que adorava acordar e olhar a vista linda que via da sala de sua casa. Já no CTI contou com muita felicidade como era gostoso beber um copo de água.

Para todos fica um grande vazio. E a pior parte de uma perda tão próxima é saber que a vida continua. Vai ficar também uma saudade fofa e gostosa da mãe, da vovó, da sogra, da irmã, da tia, da amiga, da presença física da Egle. Mas com certeza haverá mais união do nunca em corações, mentes e lembranças. Bastará olhar pro céu. Egle: uma estrela eterna, infinita e bela!


George Patiño/Claudia Bandeira
14.09.2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Paradoxo do Gato para o Twitter

O gato subiu no telhado. O gato era malhado. Lá, ele casou com a gatinha e teve 7 gatinhos. Morreu quando caiu do telhado. Não tinha 7 vidas...