Palavras à Milanesa

Palavras à Milanesa
Não! Este blog não é de gastronomia. Mas de palavras. À Milanesa. Palavras simples como este prato de arroz com feijão, bife e batata frita.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O INFERNO E O MENINO DO PIJAMA LISTRADO

No filme “O menino do pijama listrado”, que deriva do livro “O menino do pijama listrado”, que deriva da mente de John Boyne, o autor, que deriva da criação de Deus, Bruno é um garoto de 9 anos que se muda com a família de Berlim, na Alemanha, por conta do emprego do pai. A marca de Bruno é a ingenuidade de seus nove anos. Explorando os limites da sua vizinhança, ele descobre o Inferno bem ao lado de sua casa. É a visão do Holocausto pelos olhos gentis e meigos de uma criança, uma criança de 9 anos. A casa da família de Bruno, uma criança de 9 anos, era literalmente o quintal do Inferno; o quintal de um campo de concentração da Segunda Guerra Mundial. Seu pai era um oficial do exército alemão que respondia diretamente à Hitler. A mais pura materialização do Inferno na Terra, meus amigos.
Pois para Bruno, uma criança de 9 anos, era um refugio, um paraíso. Era no Inferno que ele ia passear e ali encontrava, do outro lado da cerca, o garoto Shmuel, um pequeno prisioneiro de guerra que estava sempre com seu pijama listrado. Na pureza peculiar de uma criança, que não enxerga lados diferentes como num confronto do tamanho de uma guerra, os dois meninos fizeram amizade, selaram seus destinos, suas vidas e suas mortes. O pai de Bruno, que era uma criança de 9 anos, o tal oficial do exército, este sim vivia no Inferno. Um Inferno particular criado por ele o no qual acabou se enredando. Mas se você não leu o livro ou viu o filme, parodiando Silvio Santos ao contrário, eu li o livro e vi o filme e afirmo. É bom! E pode deixar que não vou mais divagar nem detalhar outras passagens da história. Vale a pena ler e ver. Apesar de triste, a história é também muito bonita.
E como diria o Rudá, do Clube da Leitura, no seu conto “Lições de Arquitetura”, que foi o vencedor da última rodada, “o Inferno é uma grande mansão, repleta de quartos. Cada um deles tão pequeno quanto o Inferno é infinitamente vasto. E o tamanho do Inferno particular de cada um de nós é ditado pelos limites de nossa própria miséria”. Eu acho que o oficial nazista e pai do Bruno, uma criança de 9 anos, tinha certeza disso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário