Palavras à Milanesa

Palavras à Milanesa
Não! Este blog não é de gastronomia. Mas de palavras. À Milanesa. Palavras simples como este prato de arroz com feijão, bife e batata frita.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A Lua

Alguém aí já viu a lua? Aquela mesma: branca, cheia, linda e nua?
Aquela transparente, contente, sorridente?
De repente, ela está no céu agora. É só olhar.
Para o alto e avante. Personagem principal, a lua. Não coadjuvante.
Repleta e completa, é a lua predileta. Cheia. Cheia de amor.
Pra dar.
A lua das crianças mansas, amorosas, da Clara e do Fran, que buscam a vovó num cantinho do céu.
Essa mesma lua que flutua e nos situa. Nos faz habitantes da Terra.
Pois é a lua assim tão linda neste 10 de novembro. E faz tempo que não a vejo tão vigorosa. Não me lembro.
Aproveite seu dia, aproveite sua noite. Essa mesmo de hoje. O que passou já era.
A lua sabe disso.
A lua é bela!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Na Repartição

- Bom dia, você é o funcionário novo?

- Sim, sim. Um prazer conhecê-la – disse o funcionário novo para a nova chefe que acabava de conhecer.

- Ok. Vamos começar.

- Todos os dias você deve chegar, ir direto ler os jornais e me fazer um relatório com as noticias de destaque até 9h30min. Estamos combinados assim?

- Ah, esqueci. Não olha pro lado, ok? Foco, foco, foco. Preciso que cumpra a tarefa com rapidez e eficiência.

Aturdido com tão improvável recepção, o funcionário novo pegou o seu paletó que já repousava em cima da cadeira e pôs-se a trabalhar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Entre

Entre o beijo, o afeto e o olfato, o fato.
Entre o clima e o romance, o lance.
Entre a primeira vez e o clímax, a chance.
Entre a concepção e o nascimento, o feto.
Entre o machucado e a cicatriz, o tempo.
Entre a tempestade e a bonança, o vento.
Entre as estações, a chuva e o calor.
Entre as tentativas, a paixão e o amor.
Entre, a porta está aberta!

sábado, 22 de outubro de 2011

Paradoxo do Gato 2

O Gato malhado, molhado, subiu no telhado. Lá, conheceu a gata garota, arrastou asa pra ela. Se apaixonaram, casaram, tiveram sete gatinhos. Um dia, andando pelo telhado, destrambelhado, distraído, sem óculos e botas, não viu um vão e caiu. Morreu. Não tinha sete vidas!

A Bailarina

A bailarina fica na ponta do pé. Então, aponta pra ponte que a leva detrás do monte. Um monte de gente a aguarda lá. Naquele cenário, além do arco-iris, toda prosa, faz um verso. Imagina uma rima no espaço-tempo, imagina a coreografia da via que atravessa. A vida, assim, sem pressa, sem pressão. Fica só a impressão, o movimento, o gesto, o passo. O primeiro passo. O primeiro passarinho. A vida e o vinho. Quanto mais velho melhor. A bailarina, já não tão menina, sabe do que estou falando!

sábado, 24 de setembro de 2011

Forra!

Um balé de mãos comandado por um Dinho, saidinho.
Cem mil pessoas gritando a uma só voz "chove, chove", como um cacique cobra coral!
Enquanto isso, procuramos independência, já sem paciência, e acreditamos na distância entre nós.
Nós na garganta!
Dentro da veraneio vascaína rezamos à Fátima em busca de um país melhor.
Que país é esse? Que país é esse, José Sarney??

sábado, 17 de setembro de 2011

A casa da mãe que parte

A casa de uma mãe que parte sempre vai ser a casa da mamãe. Mesmo que uma imensa obra se abata pelos 4 cantos daquele apartamento. Mesmo que uma imensa dor insista em bater no peito. Dor de responsa, de respeito. Em cada recanto, em cada cômodo se conserva o perfume, a essência, a paciência da mãe que parte. Para os netos, a casa da mãe que parte sempre vai ser a casa da vovó. Ainda que eles cresçam, como é o que acontece.
A casa da mãe que parte e leva a melhor parte daquele apartamento, fica triste, mas resiste. Sabe que pra tudo tem jeito. É como se a casa falasse, como se restasse uma brisa amena naquele quarto que tanto respirou as palavras da mãe que parte. Mas é fato. A mãe parte, a casa fica, a vida continua. Daqui a pouco é verão, melhores dias virão.