Palavras à Milanesa

Palavras à Milanesa
Não! Este blog não é de gastronomia. Mas de palavras. À Milanesa. Palavras simples como este prato de arroz com feijão, bife e batata frita.

domingo, 30 de dezembro de 2012

A mulher amada





A mulher amada precisa gostar de vinho tinto seco e da pizza “paulistana” do Bráz. Precisa ter dentes brancos, lábios macios e a alma leve. Deve ficar à vontade ao falar de si mesma. E ter a certeza de que morar no Grajaú é a melhor coisa do mundo. Precisa gostar de Quintana, de quintal e de fruta no pé. Torcer pelo Fluminense e o ter paladar infantil é fundamental. Uma pequena dose de timidez a faz ficar extremamente charmosa.

A mulher amada é simples. E é sofisticada. Tem o sorriso mais lindo e a pele branquinha, suavemente avermelhada, queimada pelos cinquenta tons de cinza do sol da praia de Ipanema. Ela precisa saber que tem pressão alta. Mas que pretende que fique normal. Que quer voltar a fazer exercício e que seu joelho não vai lhe atrapalhar. Ah, precisa aprender a usar o telefone celular. Para emergências. Também precisa gostar de nadar em mar aberto e, de vez em quando, fazer alguma travessia. Com regularidade, muitas travessuras. Estar atenta às fases da lua e ao movimento das marés é de bom tom.

A mulher amada pode até ser uma melancólica otimista, mas nunca o contrário. Por que a melancólica otimista sempre tem uma ponta de esperança. Ela precisa não querer ser beijada na primeira noite, mas ter uma vontade grande de que isso aconteça nos encontros seguintes. Ah, a mulher amada! Dada a receita fica fácil. Ela é tão amada e tão doce que não precisa de nada. Só de ser amada. A mulher amada precisa ser ela, a guiar, como anjo, o coração daquele que ama. Ela é simplesmente adorável. Ou não?





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