Palavras à Milanesa

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Não! Este blog não é de gastronomia. Mas de palavras. À Milanesa. Palavras simples como este prato de arroz com feijão, bife e batata frita.

sábado, 13 de outubro de 2012

Eleonora Falcone: a singeleza da música popular brasileira e paraibana




Cantora se apresenta no Projeto “Levada Oi Futuro” hoje à noite em Ipanema




Coloque-se uma cantora com tipo mignon, de timbre doce e ótima extensão vocal num local intimista, palco bem iluminado, acompanhada por três músicos elegantes e competentes (Anderson Mariano – guitarra e violão, Adriano Ismael – baixo e Flávio Boy – bateria e pandeiro) e à frente um público ávido e saudoso após 11 anos de ausência da referida cantora das casas de shows cariocas. O resultado é um belo espetáculo de Eleonora Falcone, cantora e compositora paraibana, que participa até hoje, sábado, do projeto “Levada Oi Futuro”, na casa em Ipanema.
Falcone, que já morou no Rio, por razões que o coração desconhece andou anos afastada das terras cariocas. Imperdoável ausência que, com apoio do Oi Futuro, a Zucca Produções, mais Jorge Lz e Roberto Guim

arães, curadores da iniciativa, reparam agora por meio do projeto de trazer sons e artistas de diversas partes do Brasil para o coração de Ipanema, a preços populares ( R$ 20,00).
Ao longo da pouco mais de uma hora de show, Eleonora brinda o público com belas canções de “MPB da P”. Ou seja, uma música popular brasileira vinda autenticamente da Paraíba, com teor romântico e confessional. Quase como se fossem ( e são) pequenas crônicas poéticas, com uma pitada da “nordestinidade” evidentemente presente em sua atitude no palco e no orgulho que demonstra do “ser paraibana”.
Eleonora promove de modo sagaz o encontro de sua MPB da P com a MPB por meio de várias das canções do repertório de seu show. Entre elas “Duas Margens”, de Chico César e Lucio Lins, música que batiza o espetáculo. No show ela mistura músicas de seu álbum carioca “Apetite” com outras de seu CD paraibano “Eu tenho um pedaço de sol que guardo comigo desde menina”.
Pode-se afirmar que Eleonora é uma artista quase completa. Além de boa cantora, é boa compositora. Entre algumas das músicas d show, destacam-se “Carta de Amor” e “Pedaço de Sol” ambas com Lúcio Lins. O verso “Eu pulava muros e sonhava nuvens, eu saltava mundos e contava estrelas. Eu dizia tê-las na palma da minha mão”, da música “Pedaço de Sol”, é absolutamente lindo. A parte do fino trato com as palavras e da construção de belas imagens poéticas, a cantora tem presença e atitude cênicas no palco, resultado dos anos em que estudou teatro no Rio, e um olhar penetrante e forte que dirige ao público quando desce à plateia na busca de um contato mais próximo com seus interlocutores.
Não é à toa que nomes como os dos cantores Ney Matogrosso são fãs de Eleonora. O produtor Ronaldo Bastos, da Dubas, que edita suas músicas, estava emocionado em ver o reencontro de Falcone com os palcos cariocas: “Sou fã da Eleonora. É um privilégio poder vê-la novamente aqui no Rio de Janeiro”, disse Bastos ao final do show de sexta-feira. Eleonora Falcone é a singeleza da música popular brasileira da Paraíba em pessoa e “em cantora”. Show imperdível. Vá correndo que ainda dá tempo. É hoje à noite no Oi Futuro Ipanema.

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