Palavras à Milanesa

Palavras à Milanesa
Não! Este blog não é de gastronomia. Mas de palavras. À Milanesa. Palavras simples como este prato de arroz com feijão, bife e batata frita.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A Falta Que Ela Nos Faz

Durante um mês fiquei sozinho com meus dois filhos. Minha mulher, que é professora de italiano, além de atriz, viajou à Itália a fim de fazer um curso de atualização para professores de italiano.
O período que passei com meus filhos, sem a mãe, foi muito rico. Participei mais ativamente da rotina deles. Diariamente, com apoio da empregada e dentro do possível, ajudava nas tarefas escolares, verificação das agendas, uniformes, lanches, etc. Tudo isso à distância. Tudo isso muito perto. Indiscutivelmente, fiquei mais próximo deles.
Todas as noites, quando eu chegava do trabalho, eles já estavam jantados, banhos tomados, e ansiosos, me esperando. Ansiosos, em parte, pela carência que a ausência da mãe desperta, e por outro lado, ansiosos pela chegada do pai.
A saudade da mãe foi grande. As crianças choraram algumas vezes. Clara, de 9 anos, a mais velha, principalmente. Francisco, de 5, também muito apegado à mãe, levou a situação na maciota.
Para matar as saudades da mãe as crianças faziam teatro pra me apresentar ou confeccionavam com papel, pilot, tesoura e adereços, pequenos e singelos presentes, desenhos e declarações para mãe.
Para dormir, invariavelmente e com a nossa cama vazia, eu migrava para um colchonete estrategicamente colocado no chão e ao lado da bicama das crianças. Tudo, regado às boas companhias da Clara e do Fran, que, após uma historinha qualquer, dormiam como anjinhos embalados pelo ar condicionado a pleno vapor, sem o qual a nossa saudade da mãe e da mulher acabaria por esvair-se em suor.

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