Palavras à Milanesa

Palavras à Milanesa
Não! Este blog não é de gastronomia. Mas de palavras. À Milanesa. Palavras simples como este prato de arroz com feijão, bife e batata frita.

domingo, 16 de setembro de 2012

O beijo






O beijo nu.

O beijo nu espalha suas marcas pelo espelho.

O beijo nu espalha seus segredos pelo espelho da cômoda que não se incomoda.

O beijo vira moda.

Moda de viola.

O beijo viola os sentidos.

O beijo, crente que é gente, não me dá ouvidos.

domingo, 12 de agosto de 2012

Não Basta Ser Filho



Eles são filhos e trabalham com os pais


Parodiando o comercial, muitas vezes não basta ser filho. Tem que participar. Muitos filhos têm acompanhado os sonhos profissionais de seus pais, transformando-os em seus próprios sonhos. E em sua maneira de ganhar a vida.

Aos 30 anos, formado em comunicação social pela UniverCidade, René Wegner é um exemplo disso. Formado em 2005, ele mal deu as caras à profissão que escolheu antes do vestibular. Assim que se formou, largou o estágio em marketing num shopping do Rio. O movimento coincidiu com o fato de seus pais abrirem, naquele ano, a Hidrovida – Atividades Aquáticas, na Gávea, uma academia de natação para adultos e crianças, que tem ainda hidroterapia, hidropilates, atividades voltadas para gestantes, entre outras.

Desde então, já são sete anos que René administra a Hidrovida, ao lado seu pai, o engenheiro civil Ronaldo Wegner, e da mãe, a fisioterapeuta e professora de educação física Sandra Jabur Wegner, que é a coordenadora geral do centro de atividades aquáticas.

Para René, o principal desafio é separar a vida familiar da profissional, tanto na Hidrovida, quanto em casa. “Há 3 anos decretei que não teria mais jantar de negócios às 22h, no sofá da sala".

No ramo da cultura e das letras, a história mais ou menos se repete. O professor de literatura brasileira no ensino e da universidade de teoria literária, Carlos Afonso garante que não se afastou da sala da aula há quase 20 anos, quando fundou a Toca do Vinícius, primeiro numa galeria na rua Visconde de Pirajá, tendo migrado depois de um ano e meio para a rua Vinicius de Moraes.

“A Toca é um projeto pedagógico e educacional. Hoje, sou mais educador do que quando estava numa sala de aula”, destaca Carlos. Seus filhos, hoje na faixa dos 30 anos, já eram adolescentes quando Carlos Alberto e sua esposa Natalina abriram Toca. Aline, Leila e Carlos ( filho) que passaram agradáveis anos atrás do balcão da Toca, hoje de certa forma ainda trabalham com seu pai.

Leila, a primogênita, administra, ao lado de seu primo, a livraria Bossa Nova & Cia, no Beco das Garrafas, em Copacabana, que é um desdobramento da Toca. Cacá, o filho, é hoje professor de literatura em Berlim, na Alemanha, seguindo os passos de pai, e Aline, a filha do meio, formada em comunicação social, que também mora na Alemanha, trabalha como web designer e é responsável pelo site da Bossa Nova & Cia, entre outros materiais gráficos da Toca do Vinícius. “Trabalho hoje com minha filha pelo skype”, diz o pai gaiato.

sábado, 4 de agosto de 2012

Quem Tem Medo de Taumaturgo Marona?






- Alguém aqui conhece o senhor Taumaturgo Marona? Embora possa parecer embaraçosa, a pergunta faz-se necessária nesse interrogatório. Ele é um cidadão que representa perigo à sociedade, uma pessoa claramente má. Isso já é perceptível para todos nessa delegacia, que a partir de agora o considera um foragido da Justiça. A última vez que o elemento foi visto, ele caminhava pelo centro histórico da cidade de Paraty, na costa verde do Rio de Janeiro, em atitude suspeita, relatou o delegado.

Marona lá esteve para lançar, dentro de festejado evento literário, seu livro: “Autobiografia de um Iogue – O pegador da Travessa” ( editora Oito e Meio). O projeto de galã estava lá ainda para paquerar as meninas e – dizem as línguas mais ferinas - também alguns meninos do Clube da Leitura, festejado coletivo que se reúne quinzenalmente com objetivo de ler e escrever contos e falar da vida alheia.
Tal e qual um conhecido jornalista, que acaba de lançar um livro no qual narra histórias com amigas reais e ficcionais, Marona repete a fórmula transpondo-a para sua autobiografia, citando nominalmente alguns integrantes do Clube da Leitura, com quem, jura, já teve alguma coisa.

No livro, estão os personagens Danielle Aguiar, Juliana Costa, Ana Claudia Goldschmidt, Maira Ribas, Loana Calomeni, Daniel Fernandes, George Preger, Guilherme Patiño e Julio Matos, todos integrantes do clube dos que já tiveram alguma coisa com Taumaturgo Marona. Num trecho da obra, a personagem de Danielle Aguiar assegura que Taumaturgo Marona é uma pessoa popular. – Ele é mega popular, diz ela toda animadinha. A personagem de Ana Claudia Goldschmidt, por sua vez, diz que o conhece sim e que ambos já ficaram numa das festas do DJ Acaro. Como a personagem de Ana Claudia estava em busca de um namorado que fosse atleta, ela se encantou por Taumaturgo Marona, que além de iogue e vendedor de livros, pratica natação em mar aberto.

Em outro trecho do livro de Marona, a personagem de Juliana Costa narra que conhece sim o autor e que ele seria amigo de um ex-namorado seu. Segundo ela, “rola papo”. Mas não é isso que vocês podem estar pensando, pois o personagem de Juliana Costa é muito fiel e comprometido com seu namorado. Outro personagem, o personagem de Daniel Fernandes se apressa em dizer, no livro, que em breve a editora Oito e Meio vai lançar o próximo livro de Taumaturgo Marona: será um livro com todos os tipos de receitas com pamonha. Como se sabe, aliás, o personagem do Daniel Fernandes trabalha na editora Oito e Meio e repete isso como um mantra em todos os eventos dos quais participa.

Na parte do livro a ele dedicada, o personagem de Guilherme Patiño, como se insinuasse que existe algo no ar, maldosamente destaca que, apesar de vários integrantes do Clube afirmarem conhecer Taumaturgo Marona, “ele, o Marona, se lembrou mesmo foi do Ribas”. Algumas páginas à frente, o personagem de George Preger levanta a possibilidade de Taumaturgo Marona ser filho do detetive Mauro Marona, vulgo Mauro Fofoca. O personagem de George Preger chegou a essa conclusão simplesmente pelo fato de o sobrenome Marona não ser muito comum. Mas enfim, após a suposição levantada pelo personagem do Preger, na sequência os personagens de Julio Matos e da Maira Ribas lavam as mãos e afirmam veementemente que não conhecem Taumaturgo Marona. E nem mesmo o pai dele. Por fim, a personagem de Loana Calomeni faz a linha curta, grossa e seca: “Declaro que não conheço Taumaturgo Marona.” E aí chegamos ao final do livro.

Corta para o serviço de escuta da delegacia:



“Atenção Atenção, uma viatura desta DP acaba de passar um rádio informando que o foragido Leonardo Marona foi detido em Paraty, mesmo lugar onde fora visto recentemente. Ao ser preso, o escritor, vendedor, iogue e atleta declarou que estava na cidade apenas para, por sugestão de seu editor Daniel Fernandes, pedir autorização ao jornalista Garton Ash para usar uma frase de seu livro “The File”, “Se pelo menos eu tivesse encontrado em toda essa busca uma única pessoa claramente má”, como epígrafe de seu próximo lançamento”. Definitivamente, Marona não é má pessoa. Quem tem medo de Taumaturgo Marona?

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Rodrigo Otávio





Um prédio antigo, de quatro andares, sobre pilotis e vagas para os carros numa garagem meio improvisada. Ficava na avenida Rodrigo Otávio, bem ali na Gávea, no Rio de Janeiro. De frente pra praça com grandes e frondosas árvores que nos recebiam generosamente todos os dias. Tinha sol da manhã e vista para o Cristo.

Apartamento pequeno, dois quartos. Mas as crianças sabiam usar cada espaçinho daquele imóvel. Tinha até o pedaço de um cômodo adaptado, que se transformou para a Fernandinha e o Fernandinho no que, carinhosamente, eles chamavam de “varandinha”. Uma espécie de play interno com dois metros por dois se minha porção arquiteto não me engana. Ali cabia de tudo e todos os sonhos deles estavam lá depositados.

Nunca vou me esquecer daquele apartamento. Foram 6 anos. Uma vida. Uma vida como a do Nandinho, de 6 anos. Foi ali, na Rodrigo Otávio, que o Nando deu seus primeiros passos. Tirou a fralda, deixou de fazer xixi na cama, mudou de escola duas vezes e se transformou num rapazinho. A Nandinha, quando lá chegou, era uma esperta mocinha de 4 anos. No curso dos acontecimentos, ela se transformou numa “moça” esplendorosa, desabrochando para a vida, com 10 anos, completando sua primeira década vencida, de muitas outras se Deus quiser.

Quantas e quantas vezes Fernandinha e Fernandinho saíram pra brincar na pracinha de frente do prédio com as crianças da vizinhança. Nós literalmente ocupamos a praça. Fizemos faxina na praça, varremos a praça, cuidamos da praça. As crianças vão levar isso com elas. Quando crescerem, elas poderão se orgulhar de terem ocupado uma praça. Nem todos têm o privilégio de terem uma praça em frente ao prédio em que moram. Elas tiveram. E como é bom.

Os anos passam rápido. Eu ainda me espanto. No entanto, o passar dos anos nos brinda com o prazer e a possibilidade de ver os filhos crescerem. De ver, também, em nós mesmos as transformações que a vida nos impõe e as transformações que impomos à vida. Afinal de contas, estamos num jogo. Ora a vida cede, ora cedemos à vida. E o mais importante é que nesse jogo não há perdedor. Sigamos, assim, em busca de transformações. Sigamos em busca de uma praça para nossos filhos e nossas crianças brincarem e crescerem. Obrigado Rodrigo Otávio!


*Em tempo: Pouca gente conhece a avenida Rodrigo Otávio, embora muitas pessoas passem por ela diariamente e não saibam seu nome. É aquela avenida que tem suas duas pistas divididas por uma praça e pela qual todos que vêm do Jardim Botânico em direção à Barra, no Rio de Janeiro, precisam passar.

domingo, 15 de julho de 2012

Tema para um Lindo Dia

Clarear, esclarecer. Aprender pela cartilha da vida! E pela paz! Desobstruir, encorajar, agir! Clarabóia: entrada de sol, estrada de luz. Deixar o sorriso passar, estampar felicidade no rosto! Botar roupa nova todo o dia, estar de bem com a vida. No doce balanço da harmonia. Vestir branco, ver à cores, Tornar os dias mais bonitos, querer bem! Sorrir para todas as manhãs, mesmo as escuras! Dar à luz uma menina Clara, alva e sapeca. Saber ser igual, falar a mesma língua, brincar de boneca. Gostar de criança como de natureza e de natureza como de criança. Nunca se cansar de ter esperança. Nem às segundas-feiras chuvosas! Realizar, entrar na dança, estar no ritmo. No mesmo baticum do coração que ama! Ir ao cinema e ter vontade de voltar, ou de você crescer logo pra ir também. Urgente, urgente, eu te amo bebê! Ver beleza à beça, transbordar, transcender. Estar cheio de coragem pros dias que virão! Trabalhar e ver crescer, semear! Pensar no próximo verão! Deus te abençoe, Clara, tesouro, puro ouro, no teu batismo sagrado.Neste 8 de dezembro, quase Natal, quase nova estação. Que o calor do mundo novo te aqueça sempre e te carregue pela mão! 08.12.2002

sábado, 14 de julho de 2012

Próxima Escala: "América do Sul, uma viagem para brasileiros"

O livro “América do Sul, uma viagem para brasileiros”, ( DBA) da jornalista Márcia Carmo, que há 15 anos atua como correspondente cobrindo a América Latina partir de sua base, em Buenos Aires, é, literalmente um passeio, sem fronteiras e sem a necessidade de passaportes, pelos países hermanos. Das 13 repúblicas que fazem parte da América do Sul, excluídos aí Equador, Suriname e as Guianas Inglesa e Francesa, Márcia compila histórias, curiosidades, hábitos, gastronomia, cultura local e gírias específicas de oito das nações que dividem o continente com a nossa Terra Brasillis - que não está no guia: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Todas as histórias narradas tiveram a participação da jornalista em suas viagens a trabalho, nas quais representou veículos como Jornal do Brasil e BBC, entre outros. Um belo serviço prestado ao leitor, que merece incluir os países ausentes numa próxima edição. Com humor, poder de síntese e com conhecimento de causa, já que a autora conhece bastante de cada um dos países retratados, Márcia nos conduz página por página por muitos dos 17.819.100 km² da América do Sul. Nos guia a pontos turísticos, belos e remotos, como as ruínas de Tiwanaku, nas proximidades de La Paz, na Bolívia, que, segundo arqueólogos teve seu auge entre 300 e 1000 d.c. Entre outras paisagens únicas do país de Evo Morales, destaca-se ainda o Salar Uyuni, a 3.600 metros acima do nível do mar, entre os departamentos de Potosí e Oruro. É lá que fica o Hotel de Sal Playa Blanca, que é todo de sal – desde as paredes até a cama. Em outra das passagens do livro, a autora relata, por exemplo, qual teria sido a origem do nome que batizou o país de Hugo Chaves. “Historiadores contam que o nome Venezuela vem de Veneza, na Itália. Ideia do explorador Américo Vespúcio, o qual chegou à Venezuela em 1499, e, ao ver casas de palafita, achou que ali estava uma pequena Veneza”, destaca Márcia no capítulo que aborda a Venezuela. No país, aliás, sempre está tudo “chevere” ( ótimo, legal). Distante algumas horas de voo ou a poucas páginas do livro está o Chile. O país nos remete ao prêmio Nobel de Literatura, Pablo Neruda, mas também remete nossos sentidos aos...vinhos! A vinícola Concha y Toro, a principal do Chile, é também a oitava do mundo em produção. O vinho-símbolo também batiza um bairro da capital Santiago. É lá que fica, num casarão de 1912, o restaurante Zully, de cardápio espanhol, uma das saborosas dicas da jornalista. Ah, e quando você for ao Chile não se esqueça que lá tudo é “al tiro”, ou seja, rápido. Colocando os pés na Colômbia, com as FARC ( Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) perdendo forças e cada vez mais fracas, é hora de bailar. A capital Bogotá foi fundada em 1538 pelo conquistador espanhol Gonzalo Jiménez de Quesada. Um dos lugares da moda, para ver e ser visto, é o Parque 93, praça ajardinada e rodeada de bares, cafés, restaurantes, danceterias e alguns dos principais hotéis da cidade. Mas cuidado ao se locomover em direção ao point. Ao usar o transporte público, não se espante em andar de “buseta”, uma espécie de van. Apenas relaxe, goze a viagem, pague a passagem e curta. Enfim, as curiosidades e dicas de cada um dos países da América do Sul visitados no livro são muitas. Se você está curioso, está na hora de comprar o guia. Ao final de cada capítulo, Márcia Carmo brinda o leitor com receitas típicas e seu modo de fazer. Apresenta, ainda, sugestões de hotéis, lugares para fazer compras, telefones úteis, entre outras informações relevantes. Material para ler, deixar na estante, e servir como fonte de consulta para a próxima e as próximas viagens. Por último e não menos importante, se você acha que o espanhol falado na América do Sul é todo ele igual, está na hora de rever os seus conceitos. Vide as gírias como “chevere”, “al tiro” e palavras como “buseta” , próprias da identidade de cada país. Livro para ser lido, e degustado, ( 151 páginas) com folga, num final de semana. Preço sugerido a R$ 38,00 nas melhores casas do ramo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

“Mundo Sustentável 2”: almanaque ambiental para atuais e futuras gerações

No dia em que fui adquirir “Mundo Sustentável 2” ( editora Globo), mais recente livro do jornalista André Trigueiro, o vendedor me perguntou se tratava-se de um título didático. Disse que não e ele me encaminhou à prateleira correta. “Mundo Sustentável 2”, o quarto livro do jornalista - conhecido por sua militância em prol do meio ambiente e da sustentabilidade nos mais variados meios de comunicação ( TV, rádio, internet, mídia impressa) e no ensino universitário (é criador e professor do curso de jornalismo ambiental da PUC-Rio) - não é um livro didático, mas bem que poderia ser, já que aborda, de maneira clara e acessível, temas estudados em escolas, universidades e que são, também, de interesse geral. Os leitores que navegarem pelas quatrocentas páginas do livro de Trigueiro terão à disposição transcrições de matérias de seu programa “Cidades e Soluções”, veiculado pela Globo News, e de entrevistas e comentários do jornalista em seu programa Mundo Sustentável, no ar pela Rádio CBN, além de textos e artigos seus para sites, revistas e jornais de todo o Brasil. Outros notáveis especialistas em diferentes áreas, entre as quais a jornalista Miriam Leitão, colunista de O Globo, e Samyra Crespo, secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do ministério do Meio Ambiente, também participam da coletânea. O livro é dividido por oito eixos temáticos: “consumo consciente”, “raspas e restos me interessam”, “onde e como vivemos”, “água doce e água limpa”, “biodiverso por natureza”, “novas energias”, “questões globais” e “quando o mundo sustentável é notícia”. “Mundo Sustentável 2” é um grande almanaque, que pode ser lido de acordo com o gosto do freguês. Um almanaque repleto de curiosidades, cases e boas práticas. Entre os cases relatados, destaca-se a invenção do aposentado José Alcino Alano, de Santa Catarina, descrita no programa Mundo Sustentável. Para aquecer a água do banho de sua própria casa, em lugar do chuveiro elétrico, Alano construiu um coletor solar usando materiais reciclados. O custo do projeto? R$ 83,00. E o aposentado ainda registrou sua criação no INPI ( Instituto Nacional de Propriedade Industrial) para garantir a finalidade social de seu invento, impossibilitando a extração futura de dividendos por terceiros. Como uma das curiosidades, a bióloga Patrícia Mousinho nos conta, por exemplo, em seu artigo “E Continuamos varrendo a solução para debaixo do tapete...”, no capítulo “Raspas e restos me interessam”, que no ano de 500 d.c. foi inaugurado em Atenas o primeiro depósito municipal de lixo do Ocidente e ainda que já no século XIV, Inglaterra e França enfrentavam o descarte de resíduos como uma questão de saúde pública e de segurança. Como dado bem mais contemporâneo, André Trigueiro nos traz no livro, a partir de uma das edições de seu programa Mundo Sustentável, que apenas no Brasil são gerados 12 bilhões de sacolas plásticas por ano, o que resulta numa média de 66 embalagens por mês para cada brasileiro. Durma-se com um barulho desses. Por último, mas não menos importante, vale destacar que, por iniciativa do autor, que lançou também os livros “Meio Ambiente no Século XXI” ( Sextante), “Mundo Sustentável” ( Editora Globo) e “Espiritismo e Ecologia” ( editora FEB), a totalidade dos direitos autorais de “Mundo Sustentável 2” é destinada ao CVV ( Centro de Valorização da Vida), associação que atua voluntariamente na prevenção do suicídio. As ferramentas estão todas aí. No livro, impresso em papel reciclado, há diversas delas, prontas para serem utilizadas, compartilhadas, disseminadas. Não só no ano em que o Brasil vai sediar a Rio+20, a partir da próxima semana, mas em todos os outros também, é uma leitura indispensável para aqueles que se preocupam com o presente e com o futuro da nossa casa planetária. Vá logo à livraria e compre já o seu. Algumas curiosidades sustentáveis que estão no livro “Mundo Sustentável 2”: • No mesmo planeta em que 1 bilhão de pessoas vão dormir todas as noites com fome, um terço dos alimentos ainda é desperdiçado. • Os Estados Unidos são hoje o segundo maior emissor de gases estufa do mundo, só perdem para a China. • Estima-se que seria necessário reduzir em 60% as emissões atuais de gases de efeito estufa para conter o aquecimento global. • A Comissão Brundtland conseguiu difundir mundialmente a expressão “desenvolvimento sustentável” no relatório “Nosso futuro comum”, que serviu de base para a Rio-92. • Hoje, de todas as fontes de energia do mundo, a que mais cresce é a do vento: mais de 20% ao ano. • Coletores solares já garantem o banho quente de pelo menos 2 milhões de brasileiros. São 500 mil residências que aproveitam o sol como energia para esquentar a água. • Foi o inglês Alexander Parkes quem inventou o primeiro saco plástico, em 1882. • O Brasil é a maior potência florestal do planeta e um dos países considerados megadiversos, com alta diversidade biológica. • O CO2 produzido nas queimadas é a principal contribuição dos países em desenvolvimento para o aumento do aquecimento global. • No Brasil, o setor de transporte consome mais da metade do que o país utiliza de petróleo e o óleo diesel é o principal energético do setor. • Apenas 50,6% de esgoto doméstico urbano é coletado e somente 34,6% do volume coletado é tratado, segundo dados de 2008 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.