Palavras à Milanesa

Palavras à Milanesa
Não! Este blog não é de gastronomia. Mas de palavras. À Milanesa. Palavras simples como este prato de arroz com feijão, bife e batata frita.

domingo, 31 de julho de 2011

Agosto

O tempo tempera a relação com sal a gosto. O tempo não para. Agosto está pra chegar, a gosto de Deus, o maior dos cozinheiros!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Canção para o renascimento da atriz



Mulher bonita que pisa no palco de novo.
Um sopro de vida, a busca da cena.
Dividida em seus papeis, a moça vai, descalça, serena.
A caminho do desejo, da luz, do beijo no final;

É noite de lua cheia, águas de março.
A luz brilha nos olhos da atriz. Sobe a cortina.
Encontros no Teatro Dulcina.
Nasce a menina, amadurece a mulher!

Madrugadas a dentro, o palco a um passo da estreia.
Bate o coração pelo momento do aplauso.
Nada melhor do que o improviso
Amor novo que chega sem aviso!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Pachamama

Joy, Joy! The eternal Changing God dwelling within you becomes evident!
While there is a peace dove, there will be hope, ritual, party!
Discover, awake the "erê", (*)
the child who lives within you!
Revive plant, supplant, exceed, seed.
Everything is in your mind.
Time is now, no waiting!
You’ll always catch up.
Mother earth, pachamama!
Nature prays by the primer of life, of fire, of flame.
Of four elements.
Life is moments, events, vents, new times approaching.
Aves, Marias, poems.
Life is one, we are life!


(*) erê = child in umbanda

terça-feira, 26 de julho de 2011

Mãe Terra

Alegria, alegria! O eterno Deus Mu dança.
Enquanto houver a pomba da paz, haverá esperança.
Descobre, desperta o erê,
a criança que existe em você!
Renasce planta, suplanta, supera, semente.
Tudo está na mente.
A hora é agora, sem espera!
Sempre alcança.
Mãe terra, pachamama!
A natureza reza pela cartilha da vida, do fogo, da chama, dos quatro elementos.
A vida são os momentos, os ventos, os eventos, os novos tempos que se avizinham.
As aves, as marias, as poesias.
A vida somos um, a vida somos nós!

domingo, 24 de julho de 2011

Le Canton

O gato subiu no telhado de um chalé de estilo europeu.
Acompanhando o gato com o olhar, fui eu, com minha varinha de condão.
Depois que o gato de cima do telhado desceu, pus minha viola no saco, que era meu, e parti.
Pura ilusão.
Fui assistir ao mágico que, do palco do salão, alimentava sonhos infantis.
Sonhos de uma noite de inverno.
Sorrisos ternos, sinceros, crianças batendo palmas.
Almas serenas, doces, carameladas, vidas em botão.
Na piscina, a menina é a feliz e o frio aquece o coração.
Mesmo sendo inverno e não verão.
Termina o dia e o sonho. Tudo é harmonia.
Alminhas lavadas, alimentadas, levadas ao Castelo do Le Canton.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Cockroaches, sewers, rats and termites

The pulse still pulses, it comes to mind the music of the “Titãs”, famous rock group in Brazil, and he started reading the results: “Liver with forms and normal measurements, normal contour and echogenicity diffusely compatible with esteatosis. Absence of dilated intra hepatic biliar ways. Hepato-coledoc duct with normal caliber”.
While he was reading the medical report, Lauro walked on the streets of Botafogo, in Rio de Janeiro, almost as if he was playing hopscotch, running away from the killing sewers and counting one,two three. He passed Camuirano Street at the corner of Voluntarios da Patria Street and suddenly he was in front of a already very familiar scene in the city: Police isolated site, TV crews, newspapers and radios interviewing people, fire fighters, the Electricity Co.! In that instant there is a film going through his head. What if I die now? And the next sewer explodes in the middle of my face? “What if…? “ – he remembered of a commercial spot of Bradesco Insurance, - “We only have Pepsi, is it alright? “ He remembered the spot of the soft drink. In spite of the Russian roulette of the sewers in Rio, he was relieved. Lauro had read the word “normal” in the medical report three couple of times. It was in the middle of other quite strange, such as: echogenicity, esteatosis, but, he was convinced. Everything seemed alright, except the cockroaches which insisted in forcing the sewer covers making them explode in series, tormenting the city for months. The Electricity Co., poor bastards, was taking all the blame. But, in reality the rats, cockroaches and termites were to be blamed, they migrate, in the Winter, via underground directly from the capital (Brasilia) to our Wonderful City, means “Cidade Maravilhosa”.
And thus, after the initial scare of his medical exam, Lauro kept walking between sewers, always remembering the TV spots that stuck in his memory and the certainty that he would live for long to see, under the sewers of the city, the rats which migrate looking for a place under the sun. He, then, remembered of yet another commercial spot:” Call., at least once, 2273-7373, 2273-7373, Insectphone, phone”.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Baratas, Bueiros, Ratos e Cupins

O pulso ainda pulsa, lembrou-se da música dos Titãs e começou a ler o resultado: “Fígado com forma e dimensões normais, com contorno regular e ecogenicidade difusamente hiperecogênica compatível com esteatose. Ausência de dilatação das vias biliares intra-hepáticas. Duto hepato-colédoco com calibre normal”.
Enquanto ia lendo o laudo, Lauro caminhava pelas ruas de Botafogo, quase que como se brincasse de amarelinha, fugindo dos bueiros assassinos e fazendo unidunitê. Passou pela rua Camuirano, esquina com Voluntários e deparou-se com a cena já comum na cidade. Local isolado, equipes de TV, jornais e rádios, personagens sendo entrevistados, corpo de bombeiros, Light, urgh! Neste instante, passa um filme em sua cabeça.
- E seu eu morrer agora? E se o próximo bueiro explodir bem no meio dos meus cornos?? “Vai que...?” – lembrou-se do comercial da Bradesco Seguros. – “ Só tem Pepsi, pode ser?” Lembrou-se do comercial do refrigerante. Apesar da roleta russa dos bueiros do Rio, ele estava aliviado. Lauro lera no laudo a palavra “normal” uns 3 pares de vezes. Ela vinha misturada a outras palavras bastante estranhas como ecogenidade, colédoco, esteatose, mas ele se convencera.
Tudo parecia bem, com exceção das baratas que insistiam em forçar as tampas dos bueiros, provocando as explosões em série que atormentavam a cidade havia meses. A companhia de energia elétrica, coitada, era quem levava a culpa. Mas na verdade a culpa era dos ratos, baratas e cupins que, em pleno inverno, migravam via subsolo, diretamente do Planalto Central rumo à Cidade Maravilhosa!
E assim, passado o susto inicial de seu exame, Lauro continuou a caminhar entre um bueiro e outro, lembrando-se sempre dos reclames televisivos que ficaram em sua memória e com a certeza de que viveria ainda muito tempo para ver sob os bueiros da cidade os ratos que migravam em busca de um lugar ao sol. Lembrou-se, então, de mais um comercial: “Telefone ao menos uma vez, 2273-7373, Insetfone, fone”.