Palavras à Milanesa

Palavras à Milanesa
Não! Este blog não é de gastronomia. Mas de palavras. À Milanesa. Palavras simples como este prato de arroz com feijão, bife e batata frita.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

TWITTES DE FERIADO

O tempo tempera a relação e a relação tempera o tempo. Com sal a gosto. O tempo não para. Agosto está pra chegar. A gosto de Deus, o maior dos cozinheiros!


A melhor hora do dia é a hora da poesia, da rima fácil, da rima rica! Da rima que rema remador. Da rima que fica, que não se explica! A rima do meu amor!


Vale a pena viver de novo, reviver, rever, ver. Esperar a esperança que se alcança com o futuro que chega de presente, passado a limpo!

terça-feira, 21 de junho de 2011

O INFERNO E O MENINO DO PIJAMA LISTRADO

No filme “O menino do pijama listrado”, que deriva do livro “O menino do pijama listrado”, que deriva da mente de John Boyne, o autor, que deriva da criação de Deus, Bruno é um garoto de 9 anos que se muda com a família de Berlim, na Alemanha, por conta do emprego do pai. A marca de Bruno é a ingenuidade de seus nove anos. Explorando os limites da sua vizinhança, ele descobre o Inferno bem ao lado de sua casa. É a visão do Holocausto pelos olhos gentis e meigos de uma criança, uma criança de 9 anos. A casa da família de Bruno, uma criança de 9 anos, era literalmente o quintal do Inferno; o quintal de um campo de concentração da Segunda Guerra Mundial. Seu pai era um oficial do exército alemão que respondia diretamente à Hitler. A mais pura materialização do Inferno na Terra, meus amigos.
Pois para Bruno, uma criança de 9 anos, era um refugio, um paraíso. Era no Inferno que ele ia passear e ali encontrava, do outro lado da cerca, o garoto Shmuel, um pequeno prisioneiro de guerra que estava sempre com seu pijama listrado. Na pureza peculiar de uma criança, que não enxerga lados diferentes como num confronto do tamanho de uma guerra, os dois meninos fizeram amizade, selaram seus destinos, suas vidas e suas mortes. O pai de Bruno, que era uma criança de 9 anos, o tal oficial do exército, este sim vivia no Inferno. Um Inferno particular criado por ele o no qual acabou se enredando. Mas se você não leu o livro ou viu o filme, parodiando Silvio Santos ao contrário, eu li o livro e vi o filme e afirmo. É bom! E pode deixar que não vou mais divagar nem detalhar outras passagens da história. Vale a pena ler e ver. Apesar de triste, a história é também muito bonita.
E como diria o Rudá, do Clube da Leitura, no seu conto “Lições de Arquitetura”, que foi o vencedor da última rodada, “o Inferno é uma grande mansão, repleta de quartos. Cada um deles tão pequeno quanto o Inferno é infinitamente vasto. E o tamanho do Inferno particular de cada um de nós é ditado pelos limites de nossa própria miséria”. Eu acho que o oficial nazista e pai do Bruno, uma criança de 9 anos, tinha certeza disso!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

CORAZÓN LATINO

Yo pisaré las calles nuevamente.
En Buenos Aires todo se me ocurre de repente. Basta que yo camine.
Y voy caminando por la calle Caminito, donde te vi, preciosa.
En esta tarde, que, además, vi llover.
Yo tengo tantos hermanos que no los puedo contar.
Aqui, en Argentina, Perú, Chile, Bolivia, Ecuador, Uruguay,
hasta donde yo pueda mi corazón llegar.
Yo vendo unos ojos negros.
Quien me los quiere comprar?
Mi Buenos Aires querido, te dejo mi corazón partido.
Vamos a bailar un tango, aún que sea el último, en Paris o en Belgrano.
Tanto que te quiero, tanto.
Volver a los diecisiete, a la negra Mercedes Sosa.
A la calle Corrientes, al tres cuatro ocho.
Soy pura sonrisa, se me aparecen los dientes de felicidad.
Cambia, todo cambia, así doy gracias a la vida, en verdad.
La misma vida que me a dado tantos tangos, amor, paz y mango.
Soy corazón fuerte, caliente, tengo la sangre buena y el alma serena.
Duerme negrito, que tu mama está en el campo.
Yo sigo viviendo, llevando adelante mi canto.
Mi bandera, mi destino, mi corazón latino!

MOVIMENTO

Neste grande jogo de xadrez cósmico não há nenhuma peça fora do lugar. O tabuleiro dá todas as chances pro jogo recomeçar. Se você esteve em algum lugar, era pra ficar. Para o bem o próximo e o próprio bem-estar.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

TERMÔMETRO

Eu grito, me assusto e não tem jeito. Constato, bato a mão no peito. Junho já está passando mesmo. É quase julho, segundo semestre. Segundo seu mestre, que mandou acelerar, e acelerou. Passado a limpo, o ano passado passou. E este caminha a passos largos pelo mesmo caminho. De presente, apenas um futuro melhor. É quase julho, eu disse, metade do ano. Hora de rever os planos, tirar os entulhos, se livrar dos enganos, dos engodos, dos esgotos! É quase julho, estou rouco!

sábado, 11 de junho de 2011

MEMÓRIAS

Credos, cadernos, retratos, lembranças, semblantes: anotações.
Vidas vividas bem mais adiante: corações.
No passo pensado passado a limpo: Ilusões.
O futuro, eu juro, há de navegar pelo mar: direções.
Sereias serão chamas que chamam xamãs: orações.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

EUCLIDES

Euclides escrevia bem, mas isso não bastava. Sabia escolher boas batatas na feira. Mas não bastava. Também plantava as batatas na horta que tinha no quintal dos fundos. Tinha conta no banco. Mas não tinha fundos.
Tinha casa com jardim nos fundos e bancos brancos perto das janelas, há muito sem pintar. Tanto que de brancos eles já não tinham nada ou quase nada.
Gostava dos índios, mas vivia entre os brancos. Euclides não era eu, eu juro. Era o próprio personagem com medo do futuro. Euclides tinha uma caneta. E a caneta, por definição, é uma arma. Mesmo que seja branca. Ela muda qualquer destino. Comete injustiças, desatinos. Mas também premia, dá frutos. Foi assim com Euclides, que morava no interior, num pequeno vilarejo.
Um belo dia, depois de rezar a Ave Maria, Euclides inclinou-se sobre o lago que corria no quintal de sua casa. Viu a si mesmo no reflexo e disse ali mesmo:
- Vai ser é agora que eu pego essa caneta e reescrevo a minha vida. E saiu navegando.